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Como rejuvenescer Velhotes
Quando, no final do ano passado, o venezuelano Banesco comprou o banco Nova Galicia, que atualmente opera com a marca Abanca, ficou também com os ativos do grupo galego no sector do vinho, sendo o mais relevante a empresa portuguesa Sogevinus (que detém a marca Cálem). No mercado, corria há muito o rumor que a marca Cálem estava à venda. Agora, tudo mudou e os rótulos do grupo Sogevinus ganham nova vida.
Gonzalo Pedrosa é a cara da reestruturação, que se iniciou ainda com os antigos proprietários e que demorou três anos a implementar. Custou perto de 3 milhões de euros, implicou a redução do número de funcionários de 202 para 137 e a introdução de uma nova filosofia de negócio. Pelo meio, a dívida - que fontes do mercado diziam rondar os 60 milhões - foi reestruturada. Aquele gestor não adianta pormenores, realça apenas que foi abatida uma parte e o remanescente reestruturado com um sindicato de bancos.
Em 2011, a Sogevinus produzia seis milhões de litros de vinho do Porto e um milhão de vinho de mesa (DOC). Este ano, a produção de vinho do Porto ficará nos 5,6 milhões de litros e em 1,3 milhões o vinho de mesa. O volume de negócios também reflete as alterações. Dos 45 milhões de euros em 2011, a Sogevinus passa a vendas na ordem dos 40 milhões. Gonzalo Pedrosa assegura que a empresa ganhou eficiência e rentabilidade. "Era mais volume que resultados", diz. Uma das primeiras medidas foi terminar com a produção para marcas brancas. "Neste momento, só temos um contrato para marca branca", revela. A estratégia passou a assentar nas marcas da casa, Cálem, Burmester, Kopke e Barros.
Gonzalo Pedrosa acredita que 2015 será o ano em que a empresa vai "surpreender com a atividade e os resultados". O trabalho de consolidação e conquista de mercados está em curso. A exportação pesa 60% das vendas e a tendência será para crescer em mercados como a Rússia, Estados Unidos e China. Como adianta Gonzalo Pedrosa, "estamos a ter sucesso na Rússia, temos bons parceiros e estamos a fazer todo o país". Já a China pode tornar-se a breve prazo o primeiro mercado de exportação de vinhos DOC, lugar que hoje é ocupado pelos EUA.