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Porto ferreira de 1815 bate recorde!

por Filipe Silva em

O anónimo licitante é inglês e, para além de um homem de posses, é um apaixonado pelo generoso duriense. Com 52 anos de idade, bebe uma a duas garrafas de Porto por semana. Mais, já sabe o que é um néctar de 1815 pois não será a primeira vez que prova semelhante raridade: em 2007 abriu uma garrafa de 1815 de outra marca, para comemorar o aniversário de um amigo.

No final da semana, em plena Torre de Londres e após dois breves minutos de licitações, entre armaduras e jóias da coroa britânica, foi o quinto a levantar a raquete ouvindo o ansiado “1, 2… 3, vendido” após o lance de 5 mil libras (6800 mil euros). O valor base de licitação tinha sido de 3800 libras e a verba arrecadada será doada pela Sogrape à APELA – Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Antes da bicentenária garrafa de Porto Ferreira, o recorde do vinho do Porto mais caro do mundo pertencia a um Noval Nacional de 1931, leiloado pela Christies em junho de 2006, por 6.511 euros (4.840 libras). O novo recordista já tem abertura marcada, será no dia em que o feliz proprietário completar 60 primaveras. O próprio recorda que sempre bebeu vinho do Porto. Era uma tradição familiar em sua casa e, à boa maneira britânica, no dia do 21º aniversário abriu a garrafa que lhe tinham oferecido no ano em que nasceu, 1963. O que não é dizer pouco, atendendo ao ano em causa…

“Foi aí que percebi que adorava esta bebida. Tenho bebido Porto desde essa altura”, confessa, acrescentando que cerca de 90% das garrafas que possui são adquiridas diretamente nas caves, em V.N. de Gaia. Este Ferreira de 1815 estará assim bem acompanhado. O proprietário tem em casa um Porto de 1790, também comprado num leilão, mas em Nova Iorque.

Na festa do 50º aniversário de um amigo americano, com uma dúzia de comparsas, abriu e provou outra garrafa bicentenária. Foi em Seattle e o anónimo apreciador recorda que se fez silêncio na sala: “percebia-se que era um vinho velho, delicado, mas sobretudo sabíamos que estávamos a beber história.” Ou seja, parece que a jóia da Ferreira fica em mãos que lhe saberão dar o devido valor. E proveito. Para quem, como nós, apenas pode matar a curiosidade, sempre tem aqui um cheirinho do néctar em causa.

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