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Portugal quase no pódio dos vinhos mais caros do mundo

por Filipe Silva em
Desde 2012 o crescimento das exportações de vinhos portugueses tem sido notório e tem batido vários recordes. Este crescimento valoriza o vinho nacional, no que se refere ao seu peso na fileira agro-alimentar, tendo-se conseguido em 2014 melhorado o seu preço médio.
Portugal continua a apostar no crescimento dos vinhos engarrafados, em detrimento do vinho a granel, optando por uma estratégia de diferenciação em detrimento do volume.

Mas analisemos mais ao pormenor, a evolução do preço de venda, nos últimos anos:

4º LUGAR - PREÇO MÉDIO POR LITRO

Apesar de sermos apenas o nono maior exportador de vinho, no ano de 2014, certo é que estamos logo a seguir ao pódio, no que ao preço médio de venda diz respeito: 2,55 euros por litro. No último ano conseguimos mesmo ultrapassar a Itália com uma média de 2.50€ por litro e dobrar o valor da Espanha (o 1º em volume a nível mundial), sendo apenas ultrapassados pela França, Nova Zelândia e EUA.

5 º LUGAR – VINHO ENGARRAFADO

Se analisarmos apenas o preço médio do vinho engarrafado, a posição ocupada continua de destaque, com uma média de  3.15€ por litro.  Apenas descemos, em 2014, uma posição (5º lugar), ficando no último lugar do pódio se pensarmos apenas nos países europeus, atrás da Itália (3.01€) e França (4.66€)

VENDAS PARA O ESTRANGEIRO NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS

Este é um indicador que também tem vindo a crescer nos últimos anos e que ultrapassou a barreira importante dos 700 milhões de euros em vendas em 2012. A partir de daí foi sempre a crescer: em 2013 foram720 milhões e em 2014 atingimos o valor recorde de730 milhões de euros.

MAS QUAL É O FACTOR DETERMINANTE NA ANÁLISE DO CRESCIMENTO?

Sobre estes resultados aparentemente animadores, o Presidente da associação ViniPortugal (que tem como objectivo a promoção dos vinhos portugueses no estrangeiro) tem uma posição cautelosa: considera que apesar de Portugal ter “uma posição interessante” relativamente ao preço médio de exportação, o factor determinante, segundo este responsável, não será esse, mas sim o rendimento por hectare: “Há outros países que podem estar a vender os seus vinhos a preços mais baixos, mas a retirar melhor margem do seu negócio”.

Fica por esclarecer se o que é defendido pelas entidades oficiais é o arranque de vinhas velhas, algo que seria totalmente contra a corrente no que se refere ao tipo de viticultura adoptada por grande parte dos produtores de vinhos de gama mais alta (como os “Douro boys”  e outros) os quais ultimamente, nos EUA e por esse mundo fora, têm projectado a imagem da marca “Wines of Portugal”.

Recorde-se que neste capítulo Portugal encontra-se abaixo da média europeia fixada nos 40 litros por hectare, com um rendimento inferior a 30 litros.

Esta é uma questão que terá de ser melhorada, como admite o presidente do instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e algo que só poderá ser alcançado através “da melhoria das técnicas de manejo da vinha, mas também usando os solos mais produtivos, que permitam elevar substancialmente a produtividade, sem que se ponha em causa a qualidade”.
 
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