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Queda na produção europeia provoca aumento de preços

por Filipe Silva em
De acordo com a organização Internacional da vinha e do vinho (OIV) o preço dos vinhos deverá aumentar, na sequência daquele que foi o pior dos últimos 60 anos, no que à produção de vinícola mundial diz respeito.  

 

Em termos práticos, no ano passado foram produzidos 250 milhões de hectolitros, o que representa uma queda de 8,6% comparativamente com o ano de 2016, sendo este o valor mais baixo de produção desde 1957. 

 

Inversamente 2017 foi um ano de crescimento – ainda que ligeiro – no que respeita ao consumo, que rondou os 243 milhões de hectolitros. 


 

INVERNO RIGOROSO  

 

De acordo com a OIV, esta queda fica a dever-se sobretudo às condições meteorológicas adversas verificadas na Europa no último ano, com particular destaque para uma geada no final do inverno que dificultou as colheitas. 

 

Os efeitos deste inverno rigoroso podem ser constatados na produção europeia, que caiu 15% em 2017. Esta queda deveu-se em boa parte aos resultados dos maiores produtores vinícolas a nível mundial – França, Espanha e Itália – que não conseguiram evitar a descida da produção, registando uma queda de 20%, 19% e 17% respetivamente, de acordo com os dados avançados pela Reuters. 

 

Portugal tem no entanto motivos para festejar: a produção vinícola nacional não acompanhou esta tendência, atingindo os 6,6 milhões de hectolitros (o segundo valor mais elevado dos últimos 5 anos), aumentando cerca de 10% em relação ao ano anterior.  

 

Os preços de vinho a granel, apesar da produção nacional não se ter registado o mesmo tipo de quebra, sofreram também alguns aumentos, mas sobretudo devido à menor importação de vinho para Portugal a partir de Espanha, o nosso maior fornecedor.

 

Na verdade, muito do vinho que o consumidor português compra vem de Espanha. E na maior parte das vezes ignora-se este facto. De facto, nem sempre as embalagens de vinhos são claras sobre esta origem, principalmente no que se refere ao vinho sem indicação geográfica, em que, se o vinho for de Espanha, o importador ou engarrafador apenas tem que colocar a menção na embalagem “Vinho da UE”.

 


FORA DA EUROPA
 

 

Os resultados fora da Europa foram bem mais animadores.  

 

Parece que Donald Trump terá finalmente um motivo para festejar: apesar dos incêndios florestais que afetaram a Califórnia no ano passado, as consequências do mesmo acabaram por ser menos prejudiciais do que inicialmente se temia e, a produção de vinho nos EUA não sofreu grandes alterações relativamente ao ano anterior. 

 

A produção australiana também permaneceu estável enquanto a colheita sul-americana conseguiu recuperar do desastre conhecido como El Niño, que em 2016 originou um aquecimento anormal nas águas do Oceano Pacífico, registando também um crescimento na produção. Também a África do sul, apesar de ter enfrentado um período de seca prolongada, conseguiu melhorar a sua produção. 

 

Os consumidores irão sentir um aumento de preços, principalmente nas garrafas mais baratas (segundo os especialistas): “As empresas de vinho que vendem a preços mais baixos serão as mais afectadas porque as suas margens de lucro são reduzidas”, explicou à CNN Stephen Rannekleiv, responsável pela estratégia global de bebidas da Rabobank. 

 

O estudo completo pode ser lido aqui. 
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