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Um detective de vinhos em terras de sua majestade
Vinhos falsificados são cada vez mais recorrentes, principalmente nos grandes mercados de vinho, como é o caso da Berry Brothers, o mais antigo no Reino Unido. Para garantir que não se vendem vinhos falsificados, a empresa contratou um detective de vinhos.
Philip Moulin anda à caça das uvas azedas. Foi contratado pela Berry Brothers para garantir que tudo o que a empresa vende é de alta qualidade e impedir que vinhos falsificados possam ser postos à venda. Tudo passa por este detective a tempo inteiro que acompanhado com a sua lupa, procura manter a companhia longe da fraude vinícola. Mas como se garante que nenhum vinho endrominado é posto à venda? Às vezes as adegas dizem-lhe o que procurar, mas noutros casos tem de confiar no seu instinto e na inspecção de perto. Segundo Moulin, tudo começa por analisar o rótulo: pode tratar-se de um pequeno erro de ortografia mas mesmo que esse não seja detectado é preciso sempre desconfiar: “Se vir que um rótulo é de 1945 e está absolutamente intocável, pode ser bom demais para ser de verdade”, confessa o detective em declarações à CNN.
Confessa ainda que quando se lida com garrafas caras e séculos de enorme qualidade de controlo do produto, não existe risco, na dúvida não é posto à venda: “Não vale a pena desperdiçar 300 anos de boa reputação por causa de uma garrafa, por isso, se não temos a certeza, não vendemos”
China: um dos principais compradores e potencial falsificador
Países com classes médias em crescimento, são clientes habituais de vinhos caros e de qualidade. É o caso da China que comprou cerca de 1,8 biliões em vinho, nos últimos nove meses. Mas onde há um mercado em crescimento, há também uma oportunidade para a fraude e para os falsificadores de vinhos.
Como explica Moulin, trata-se de mercados relativamente ingénuos que estão a começar do zero: muitas vezes quem compra fá-lo porque leu um livro em que elogiava o Chateau e, portanto, decidem comprar um. No entanto, raramente pensam sobre onde devem comprar esse vinho”.
Ainda assim, serem falsos não significa serem maus. Segundo o detective, quem falsifica segue uma fórmula consoante as diferentes colheitas e, quanto melhor for a qualidade do vinho que o produto falso irá representar, melhor será também a qualidade deste vinho. Apenas não é utilizada a variedade e quantidades certas.
Ainda assim, serem falsos não significa serem maus. Segundo o detective, quem falsifica segue uma fórmula consoante as diferentes colheitas e, quanto melhor for a qualidade do vinho que o produto falso irá representar, melhor será também a qualidade deste vinho. Apenas não é utilizada a variedade e quantidades certas.