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Vcc na bbc
Para o mercado global, o que está dentro da garrafa, só por si, não chega! Como é óbvio, a embalagem acrescenta valor e é bom saber que, depois do salto qualitativo, o vinho nacional dá cada vez mais atenção ao marketing e à apresentação do produto.
Na reportagem da televisão pública britânica, assinalam-se os casos de Diogo Albino, que inovou na rotulagem do Virgo, um vinho produzido na herdade da família (Torre do Frade, no concelho de Monforte, Alto Alentejo) e que permite editar o rótulo ao sabor do momento, descolá-lo e ficar com uma recordação dessa experiência; de João Almeida, um jovem enólogo beirão que, além de dar aulas na Escola Superior Agrária de Viseu e prestar consultorias (colaborador de Anselmo Mendes), lembrou-se de criar a marca Camaleão inspirando-se na principal característica do animal, ou seja, concebendo um rótulo que muda de cor com o frio (com uma tinta térmica que muda de verde para azul à temperatura correta para ser servido); e da duriense Rita Marques, que verte para a produção do Conceito e quintas da família toda a experiência adquirida nos quatro cantos do mundo.
O trabalho assinado por João Pedro Pereira (jornalista do PÚBLICO) e Will Smale (jornalista da BBC) lembra que nem sempre foi assim. Pelo contrário, ainda há poucos anos a maioria dos vinhos de mesa eram feitos de “forma antiquada”, “pouco apelativa para o mercado de massas”, prestando pouca (ou nenhuma) atenção à forma de apresentação da garrafa.
Cenário que se alterou na última década, com a uma nova geração de produtores tentando aliar técnicas de produção avançadas com estratégias visuais que lhes permita “sobressair entre a multidão”. É essa nova geração que está em foco, lá como cá… “A nossa geração é um pouco mais pragmática. É bom que as pessoas produzam os vinhos em que acreditam mas, no fim, temos que vendê-lo”, resume Rita Marques à BBC.