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Vinhos antigos, um interesse em crescimento: quem os procura e por que razões
“Levar para casa uma experiência que o tempo deixa ficar dentro de uma garrafa” – é difícil encontrar melhor forma de descrever o que significa comprar vinho antigo.
Talvez esse fator diferenciador, ajude a explicar o porquê de este ser um mercado em crescimento. Entre as marcas portuguesas, há um tipo de vinho que se destaca dos restantes: os fortificados. E se ainda é possível arranjar “vinhos do arco-da-velha” a bom preço, o mesmo não se pode dizer da realidade que se encontra fora de portas: tanto em Espanha como em França, dois mercados vinícolas de excelência, os números disparam para valores incomportáveis para a maioria.
Mas afinal porque procuram os portugueses vinhos antigos, quando a oferta recente é cada vez melhor e mais diversificada?
Depende, visto que podemos dividir os compradores de vinhos antigos em dois tipos:
1. Os dataócompulsivos, termo que não existia até ser inventado pelo autor deste artigo que, tal como o nome indica, representa alguém que até pode não perceber nada de vinho, mas que sabe uma coisa: quer um vinho tranquilo de 1973... porque esse ano foi de boa colheita? Não, nada disso. Até pode ter sido, mas o compulsivo não sabe, e não está muito preocupado com o que está lá dentro; quer é oferecer o vinho como prenda de aniversário ao amigo que nasceu nesse ano.
2. E os conhecedores, que ao contrário do que poderá estar a pensar, é um termo que também não existia há 5 minutos atrás... Os conhecedores representam os compradores que sabem ao que vêm e conhecem a realidade dos vinhos antigos. Assim, sabem que correm riscos, porque ‘cada garrafa é como cada qual’: o que é que isto significa? Que, por exemplo, se comprar doze garrafas, onze podem estar excecionalmente boas e uma pode estar alterada.
Mas será que um mau sabor de vinho é sempre resultado de uma má escolha?
Nem sempre. A arte de beber um bom vinho não se esgota na compra, estende-se também à forma como se serve o mesmo. Como este tipo de vinhos estão fechados vários anos em caves, é aconselhado usar a chamada ‘rolha de lâmina’, para evitar beber um Barca Velha com uma pitada de cortiça.
Mas não é tudo: antes de servir um vinho com alguns anos deve deixá-lo respirar, visto que é uma substância em constante evolução e, portanto, é natural que quando se abre tenha aromas que muitas vezes não lhe serão tão familiares.
Nota: Informação presente neste artigo foi adaptada de uma reportagem da SIC Notícias