Em 2005 a vitivinícola estatal Milestii Mici, na Moldávia, esteve em destaque ao entrar no recorde do Guiness como a adega do mundo com o maior número de garrafas de vinho. 14 anos mais tarde, a adega que tem cerca de 2 milhões de garrafas foi palco de uma corrida, no passado domingo, onde participaram centenas de atletas.
Desde turistas vindos dos mais diversos pontos do globo – da Europa, aos Estados Unidos e Canadá –, até vários atletas locais, muitos foram aqueles que se aventuraram numa corrida de 10 quilómetros.
Grande parte da prova foi realizada no interior das caves desta adega situada perto da capital da Moldóvia (Quichinau) com os atletas a terem de passar entre barris de vinho gigantescos, enquanto outra parte da corrida se realizou no exterior, em estradas escorregadias devido à neve. Como não poderia deixar de ser, no final da prova, os atletas foram presenteados com um copo de vinho.
O que também não faltou aos participantes foi apoio: enquanto corriam, dançarinos, músicos e cantores equipados com trajes populares actuavam no interior das caves, ao mesmo tempo que apoiavam e gritavam pelos atletas. Algo destacado por Amy Macdonald, participante do Canadá:
“Foi diferente de qualquer corrida que fiz até hoje, uma experiência única. Uma corrida numa adega é diferente de qualquer outra coisa e havia pessoas a gritar e apoiar-nos durante todo o percurso. Eles estavam tão entusiasmados, tão felizes por nos ter aqui. É muito difícil ter um ambiente destes numa corrida de 10 quilómetros.
Dmitry Voloshin, presidente da organização Sporter Sports e organizador da corrida, explica que o objectivo do evento era primeiramente que “as pessoas se divirtam” e também mostrar que o vinho não se tem de beber só à mesa: “Em vez de beberem vinho à mesa, porque não correr e depois beber um copo de vinho?”
No entanto, os objectivos na criação deste evento podem ser mais complexas do que apenas divertir e demonstrar que há outros espaços e momentos onde beber vinho pode fazer sentido. É preciso recordar que apesar de o sector vinícola empregar mais de 10% da mão-de-obra deste país, representa apenas 2,8% da produção económica nacional.
Se é certo que a Moldóvia é um dos poucos países, dos que surgiram após a dissolução da antiga União Soviética, a ser uma região produtora regular de vinho, é também verdade que continua a ser desconhecido para grande parte das pessoas no resto do mundo.
Esta corrida parece assim ser uma boa forma de trazer turistas – em particular do ocidente – a conhecerem a “maior cave de vinhos do mundo” e assim provarem também os seus vinhos, de forma aumentar a produtividade económica deste sector no país, que considerado um dos menos rentáveis quando comparado com os restantes países da Europa.