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Aquecimento global pode alterar a produção de vinho
Um estudo da Universidade de Columbia prevê o fim de algumas das colheitas mais famosas do mundo e o aparecimento de novas zonas de produção, em virtude das alterações climáticas.
Algumas zonas vinícolas conhecidas mundialmente correm sérios riscos de desaparecer: em França, Itália ou Califórnia se a tendência de aquecimento global se mantiver, em 2050 – segundo apontam as previsões de um estudo do Instituto da Terra da Universidade de Columbia – a produção vinícola não será possível nestas áreas. Por outro lado, zonas que actualmente são demasiado frias e onde a produção vinícola é inexistente, terão um papel de destaque.
Actualmente o aquecimento global ainda está a melhorar a qualidade dos vinhos, mas isto não durará para sempre. Quem o afirma é a ecologista da Universidade de Harvard, Elizabeth Wolkovich, uma das co-autoras do estudo que explica que esta situação se irá inverter: “Se mantivermos o aumento das temperaturas, as vinhas não vão aguentar para sempre”.
Analisando a evolução ao longo da história, o estudo realça o papel fulcral das alterações climáticas na época das colheitas: por cada grau centígrado que a terra aquece a colheita de uvas antecipa-se cerca de 6 ou 7 dias. Se compararmos por exemplo as colheitas de 1980, em França com as realizadas 400 anos antes no mesmo local, verificamos que estas tiveram início duas semanas mais cedo. No século XX ainda em França, aconteceu novamente uma mudança na época das colheitas, visto que a terra aqueceu 1,5 grau centígrados.
Desta forma chegará a altura em que as colheitas deixarão de ser efectuadas em França, Itália ou Califórnia e passarão a ser feitas noutros locais: nos EUA prevê-se que os vinhos de Napa (Califórnia) passem para Washington e na Europa, a Suécia é vista como o “novo Douro”.