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Exportações 2015: vender menos, mas vender melhor
O ano de 2015 fechou com um balanço positivo nas exportações de vinhos portugueses. Não que se tenha vendido mais, mas o preço médio de venda aumentou.
Há quem defenda que “menos é mais” e tal máxima não podia traduzir melhor a exportação de vinhos portugueses no último ano: Portugal está a exportar menos vinho, mas a um preço cada vez maior.
Pelo sexto ano ininterrupto as vendas dos vinhos nacionais para o estrangeiro cresceram em valor – 737 milhões de euros, o que representa um encaixe financeiro histórico, nunca antes visto. Este crescimento do valor é consequência de um aumento do preço médio de venda, que se fixa nos 2,63€, ou seja, em que cada litro foi vendido, em média, o preço foi marcado 2,8% acima.
ESPUMANTE – O QUE MAIS VALORIZOU
Desde 2011, os espumantes valorizaram quase três vezes mais, sendo assim o produto vinícola que mais contribuiu para este crescimento – o preço médio de venda está já nos 8,25€ por litro.
Também o vinho da Madeira e do Porto não podem ser esquecidos, completando o pódio, no ranking dos mais bem pagos.
De realçar que estas vendas são ainda mais significativas, tendo em conta a queda verificada nas importações de vinho português no mercado angolano, que sofreu um revés no ano de 2015 de quase 24%, em virtude da menor capacidade de compra, resultante da crise petrolífera.
REDUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES EM VOLUME
Apesar de o valor ser maior, o volume de vendas é menor. A principal razão está numa diminuição das vendas do vinho sem origem (anterior designação de “vinho de mesa”), de granel e engarrafado. No total venderam-se cerca de 62.272 hectolitros de vinho corrente, tradicionalmente mais barato.
Há apesar disto alguns vinhos que demonstram uma tendência de crescimento em volume, nas exportações, como é o caso do Vinho da Madeira (mais 9,1%) e do vinho com indicação geográfica, com um crescimento de 4%.