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Crónica II - Douro e Alentejo, velho e novo mundo...
Estimado leitor:
Que têm de tão especial as regiões do Douro e do Alentejo para que de alguma forma dominem as preferências dos consumidores em Portugal? Uma tem um incrível património vitícola, a outra, os argumentos híper competitivos do novo mundo.
Num caso temos uma das regiões mais antigas do mundo, em que a natureza não se doma facilmente, convertendo-se gradualmente ao vinho de mesa. No outro, uma região recente onde predominam as vinhas novas e plantadas de acordo com os requisitos da mecanização.
No caso do Douro, o domínio acentua-se nos vinhos acima dos 15 euros, já quanto aos vinhos do Alentejo a sua liderança de mercado está directamente relacionada com a quantidade de oferta nos vinhos abaixo dos 10 euros.
Quase que poderíamos em paralelo falar de uma dicotomia entre novo e velho mundo, neste nosso pequeno rectângulo. A verdade é que se assiste no Douro actualmente a uma dinâmica ímpar de inovação e renovação, que a Sul não tem resposta.
O velho tomou a dianteira definitivamente, absolutamente diferente e único, enquanto a Sul, no Alentejo, o nosso “novo mundo” se confunde de facto e cada vez mais com os vinhos do Novo Mundo. Esperemos então que o Alentejo coloque na sua “agenda” uma proposta de Diferenciação. O ideal seria que tal fosse pensado para além do jogo de forças entre os privados e as cooperativas.