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Madeira não é só «madeira»
De acordo com o documento, "o aumento das áreas de vinhas de castas europeias reestruturadas e reconvertidas, a aposta na produção de vinhos com denominação de origem ‘Madeirense’ e indicação geográfica ‘Terras Madeirenses’ constituíram passos fundamentais para assegurar, para a vitivinicultura madeirense, um futuro com progresso e desenvolvimento económico e social sustentado". Paula Cabaço realça que o novo estatuto reúne documentação dispersa, produzida desde 1985, e que agora fica condensada num único documento.
Colhendo o resultado de estudos iniciados nos anos 70, por volta de 1993 alguns viticultores madeirenses lançaram-se nos vinhos de mesa com as primeiras plantações destinadas exclusivamente a esse fim. Existem hoje 15 produtores que produzem 19 marcas de Vinho de Mesa, distribuídos por vinhos brancos, rosés e tintos. Ou seja, engana-se quem julga que o arquipélago se limita à produção de vinho fortificado, o célebre "Vinho da Madeira", e, a exemplo de outras regiões de generoso, a indústria local trata de diversificar. Ainda mais importante, na prática, este diploma vem permitir aos agricultores candidatarem-se ao financiamento para reconversão de vinhas.
Atualmente, a Região Autónoma tem 54 regiões cartografadas, respeitantes às 54 freguesias dos 11 concelhos da Madeira. Para a produção de vinhos de mesa, o leque de castas autorizadas amplia as que já conhecíamos e que integram habitualmente o licoroso da Madeira (Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia e Tinta Negra), a saber:
Nas Brancas: Folgasão (Terrantez), Malvasia-Cândida, Malvasia-Fina, Sercial, Verdelho e Boal (já recomendadas para o Madeira); mas também Sauvignon Blanc; Chardonnay; Ugni Blanc; Chenin Blanc; Arnsburger; Carão de Moça; Rio Grande e Alvarinho Lilaz.
Nas Tintas: Bastardo e Tinta Negra (recomendadas para o licoroso); para o “Madeirense” e “Terras da Madeira” também Touriga Nacional, Tinta Barroca, Touriga Francesa, Merlot, Cabernet Sauvignon e Maria Feld.