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Primeira bebida alcoólica? – nunca antes dos 15 anos

por Filipe Silva em
De acordo com os investigadores do Instituto de Educação da Universidade do estado de Pensilvânia, nos Estados Unidos, 1 em cada 6 pais oferece a primeira bebida alcoólica aos seus filhos quando estes atingem os 14 anos de idade. 

A intenção parece ser boa – o objectivo é educá-los desde cedo para os perigos do consumo excessivo, incentivando-os a beber de forma moderada e responsável – mas as consequências nem tanto: é que os estudos são claros em afirmar que quanto mais cedo se começa a beber, maior será a probabilidade de ter dificuldades nos estudos, comportamentos desviantes e sofrer de alcoolismo no futuro. 

Por outro lado, o Millenium Cohort Study concluiu, após uma análise de uma amostra de 10 mil crianças nascidas no Reino Unido que pais de filhos de raça ariana com níveis de instrução elevados têm maior probabilidade de permitir que os seus filhos comecem a beber aos 14 anos de idade. A líder deste estudo Jennifer Maggs explica que “os pais de filhos com um estatuto social elevado tendem a achar que ao permitirem que os seus filhos bebam, isto os ensinará a fazê-lo de forma responsável ou que poderá de facto vaciná-los contra hábitos de consumo perigosos. No entanto, há poucos dados que sustentem esta ideia”.

Existe, de acordo com os autores deste estudo, um paradoxo social: “Embora as classes sociais mais desfavorecidas tenham geralmente muitos problemas de saúde a longo prazo, os pais das classes mais favorecidas parecem olhar para o consumo de álcool como menos perigoso”.

Outro dado curioso neste estudo mostra que os pais que consomem pequenas ou quantidades médias de bebidas alcoólicas deixavam os seus filhos beberem as mesmas quantidades que os pais que tinham um consumo excessivo. Pelo contrário, os pais que não bebem, tendem a não deixar os seus filhos beberem.

Não experimentar antes dos 15.

Experimentar aos 13, 14 ou aos 15 pode parecer um pormenor insignificante, mas a verdade é que é mais relevante do que parece. Katherine Brow, Presidente Executiva do Instituto de estudos sobre alcoolismo do Reino Unido, relembra que a sugestão do Director Geral de Saúde é para que o consumo não comece antes dos 15. 

Tudo porque segundo Brown “o álcool pode afectar as crianças e jovens se os seus corpos e cérebros não estiverem totalmente desenvolvidos”.

A Presidente acrescenta que o mais preocupante é ver que os pais não sabem necessariamente disto e realça a importância da publicidade na mudança deste cenário: “É necessário oferecer aos pais uma orientação mais eficaz através de campanhas de marketing social e conselhos de médicos e escolas. Os pais merecem saber que podem ter um impacto positivo e reduzir os riscos de saúde associados ao consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens.” 
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