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Verdes Alvarinho em 2021!
Na terceira e última ronda negocial, na Estação Vitivinícola Amândio Galhano, em Arcos de Valdevez, chegou-se a consenso sobre as questões ainda em aberto, a saber e tal como foi aqui noticiado em devida altura: o calendário do alargamento; a percentagem a usar em vinhos de lote e a possibilidade das uvas transitarem entre sub-regiões.
Sobre o primeiro ponto, na negociação supervisionada pelo vice-presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Toscano Rico, foi decidido um período de implementação não inferior a 6 anos. Portanto, a produção de Vinho Verde Alvarinho em toda a região, será uma realidade a partir da vindima de 2020/21.
Quanto à percentagem de uvas Alvarinho a usar em vinhos de lote, entre as possibilidades mencionadas na altura (de 20% a 50%), a saída encontrada fica no meio termo: 30% será a percentagem mínima. O terceiro e último ponto era uma reivindicação da Adega de Monção, reclamava que as uvas da sub-região fossem vinificadas na origem. Está bom de ver, em troca do alargamento, o grupo de trabalho tutelado pelo Ministério da Agricultura satisfez essa pretensão e, durante os 6 anos do período de transição, será obrigatório vinificar as uvas da sub-região em Monção e Melgaço. Vale a pena lembrar, a produção nos dois concelhos envolve 60 produtores e cerca de 2 mil viticultores, estando avaliada em cerca de 25 milhões de euros anuais.
Fechados aqueles 3 pontos, o essencial do acordo corresponde ao ponto de situação feito pelo presidente da CRVV, Manuel Pinheiro, há cerca de uma semana. Ou seja, o direito de Monção e Melgaço rotularem vinho Alvarinho estende-se aos restantes 35 concelhos da região dos Verdes. Como contrapartida, os produtos de Melgaço e Monção poderão diferenciar-se no rótulo com a designação Premium, "Alvarinho Premium". Além disso, será criado um programa de promoção daqueles dois concelhos do Alto Minho, com apoio de fundos comunitários num valor não inferior a três milhões de euros. Isto, durante o mencionado período de 6 anos.
Estas conclusões serão agora enviadas ao Ministério da Agricultura, que até ao final de Janeiro terá de comunicar à Comissão Europeia – que pediu esclarecimentos – a alteração da lei, conforme as normas comunitárias. Na base desta polémica, recorde-se, está precisamente a incompatibilidade do duopólio que Monção e Melgaço detinham com as normas vigentes na U.E.
O que levou ao pedido de esclarecimento de Bruxelas, pois o cultivo da casta (como qualquer outra) é livre em toda a União Europeia, incluindo o território nacional. As limitações na região do Verdes eram tanto mais absurdas quanto em todas as regiões nacionais, exceto Bairrada e Algarve, é permitido produzir e rotular Alvarinho nos vinhos com D.O. Daí que, em comunicado, a CVRVV, liderada por Manuel Pinheiro, conclua: "a partir de agora, a Galiza passa a ter um rival à altura no mercado mundial de Alvarinho!"